Alunos dos nonos anos fazem monitoria de matemática

Texto: *Ana Laura Wenceslau e Júlio Cesar do Amaral

Fotos: Erivan Monteiro

Alunos dos nonos anos estão participando de um projeto de monitoria de matemática, cujo objetivo é ajudar aos estudantes dos sextos anos que têm alguma defasagem na disciplina. Orientados pela professora Aniele Prato, os nossos protagonistas auxiliam, uma vez por semana, os colegas iniciantes no fundamental 2. “O projeto foi desenvolvido pela professora Neuza e está sendo feito já há dois meses e está sendo muito interessante”, disse a aluna Yasmin de Gaspari Teixeira, do 9º ano B. Além de Yasmin, participam do projeto Samuel Bellato, Quezia Santos Gonçalves, Giulia de Lorenzo Lopes, Wanessa dos Santos Rocha e Amanda Mariano Cordeiro. Nesta entrevista abaixo, Aniele e Yasmin falam um pouco dessa experiência. Veja os principais trechos da reportagem:

 

TV APAF – Como surgiu o projeto?

PROFª ANIELE – Surgiu da necessidade de recuperar alguns alunos que estavam considerados por nós como abaixo do básico. O que que seria o aluno abaixo do básico: é aquele aluno que não tem as condições necessárias para acompanhar a série que ele está. Conversando com a professora Neuza, da disciplina de Projeto de Vida e de Protagonismo Juvenil, ela disse que os alunos do 9º ano B estavam interessados em fazer alguns trabalhos voluntários. A ideia surgiu no final do semestre passado. Eles fizeram algumas campanhas de arrecadação de alimentos, de roupas, e daí surgiu à necessidade de ajudar também dentro da escola. E aí a gente tentou fazer só com a sala do 9º B, que seria uma sala piloto. Esse seria um projeto de monitoria e, se desse certo com a sala do 9º B, o projeto seria expandido para outras salas também.

 

TV APAF – E como está sendo essa experiência. Por onde vocês começaram?

PROFª ANIELE – Por enquanto, o projeto está sendo muito bem gratificante, tem dado muito certo. Começamos com as habilidades básicas de subtração, divisão e os alunos têm gostado bastante, e a ideia agora é expandir o projeto para as outras turmas.

YASMIN – O projeto foi desenvolvido pela professora Neuza e está sendo feito há dois meses; está sendo muito interessante.

 

TV APAF – Como está o interesse dos alunos?

PROFª ANIELE – A diferença é que os alunos dos sextos anos têm realmente uma dificuldade muito grande em compreender a matemática e quando eles começam a entender o processo, quando você conversa com aluno de igual pra igual… às vezes o professor explicando a linguagem é diferente, quando vem outro aluno explicar eles começam a ver a matemática de outra maneira, e aí a partir do momento que ele começa a entender o interesse dele aumenta muito.

YASMIN – Eles estão gostando, estão se esforçando bastante. E está sendo muito gratificante para nós também, dos nonos anos.

 

TV APAF – Explique melhor pra gente como é feita a recuperação. Qual o conteúdo dado e como vocês planejam as aulas.

PROFª ANIELE –  Esse reforço é feito uma vez por semana, nas aulas de Protagonismo Juvenil, porque a gente não pode tirar ou alunos do sexto ano nas aulas da base comum, como a gente chama, que seriam Português, Matemática… Então, a gente precisa pegá-los em aulas diversificadas, por exemplo, as aulas de eletiva, PV, PJ… Então acontece uma vez por semana, o problema é que nós temos três sextos anos, então cada sala terá aula de três em três semanas. O ideal seria que tivesse mais aulas de monitoria.

 

TV APAF – Como é a satisfação de ajudar ao próximo? É uma ação realmente protagonista por parte dos alunos, não é?

PROFª ANIELE –  É uma ação protagonista… É muito interessante você poder ver nos olhos do aluno que ele está entendendo, então eu acho que está sendo bom para os dois lados: os alunos do sexto têm aprendido e os alunos do nono também têm aprendido a se doar um pouco e ajudar o próximo sem ter interesses.

 

TV APAF – Yasmin, como é estar “do outro lado”, ou seja, ver como é a rotina do professor, as preocupações de ter que preparar a aula e de ensinar? Essa experiência de uma certa forma irá ajudar em algum sentido?

YASMIN– Eu não me vejo no papel de professora, do outro lado, eu só me vejo ajudando. É uma coisa que gosto então eu estou me sentindo útil fazendo isso.

 

*Os estudantes Ana Laura Wenceslau e Júlio Cesar são alunos da eletiva de Jornal do Apaf.